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segunda-feira, 22 de março de 2010

Bonde Dos Eruditos.


Ora, ora!
Estamos mais uma vez aqui só para passar o tempo...
Tempo esse que me faz lembrar certo fato que ocorreu duas semanas atrás.
Estava voltando da faculdade de carona com um amigo quando, ao parar em um farol, nos deparamos com uma cena até que comum:
Um rapaz, no possível "carro do papai" ouvindo funk como se não houvesse amanhã, muito menos leis que proibissem barulho muito alto após as 22 horas...
"Por que, Deus?! Por que as músicas são sempre ruins?!?!"
Como sou uma pessoa muito amigável e principalmente porquê meu ouvido não é, nem nunca foi, penico precisei fazer comentários, digamos assim, maldosos sobre o juvenil fanfarrão.
Meu amigo também não ficando por menos, entre outras coisas disse: 
- Quando é pra essas coisas, nunca faltam carros... Ainda quero ver alguém colocando um Chico Buarque socado!

Partindo desse pensamento teremos hoje um Conto Desocupado sobre essa utópica visão.
Sentá que lá vem história!






Stravinsky Socadão!

"Saudações caros amigos, sou Leopoldo.
Jovem de classe média da metrópole paulistana e tenho para vocês meu relato sobre sedução, velocidade e música de qualidade:
Equipei meu automóvel movido a combustivel renovável com um equipamento de áudio veicular e caixas amplificadoras com enorme potência...
Selei as mesmas para maior desempenho de meu meio locomotivo, o rapaz responsável do estabelecimento que contratei para executar a função de instalação do equipamento disse que meu veículo ficaria "bombadão".
Mesmo sendo pacifista aceitei a alcunha como um elogio.

Dei a partida e me locomovi até o bairro de Vila Olímpia, sede de casas de entretenimento musical e alcoólico jovem.
Ao passar pelas ruas movimentadas de diversões joviais e os mesmos se divertindo, vendo tantas belas ninfas com formosura tal Aphrodite em pessoa achei por justo fazer um cortejo para as que me viam locomover.
Não pensei por menos fazer uso de meu novo equipamento sonoro automotivo.
Liguei o volume no máximo, como diriam os assíduos frequentadores de aglomerações juvenís "meti um Stravinsky socadão!" que estava "bombando nas caxa".
Fiz as vezes de bom anfitrião de meu espetáculo e "lancei um Beethoven boladão!" e é por óbvio que as musas de minha cobiça se tomaram de calores do corpo e certezas por mim ou mesmo posso dizer que "as mina pagaram um pau nervoso!".
Freei meu veículo perto de uma que atentou meus olhares, sem exitar para não perder a oportunidade de me entrosar com a bela fui proclamando minha intenção:

- Iae mina, bora lá dá uns role pela quebrada no carango loco?

Obviamente que a jovem beldade aceitou meu convite e fomos então para ambientes mais reservados com intenções de diversão privada.
Mais detalhes sobre o resto de minha aventura não são de bom tom para serem comentados a puros pulmões dessa forma...
Mas posso assegurá-los de que tive fantasiosos momentos com a dama.
Porquê... 
Eu sô treze e pego geral!
As mina curti quando eu chego quebrando tudo com meus som bolado! 
Viiiiixe mano, já rodo uns Brahms, uns Tchaikovsky sinistro de cara pra dá um pá...
Ae já foi! 
As mina já sabe quem tá na pegada!
Socadão, bombando nas caxa selada, só os erudito proibidão!
Aqui é loco, truta!"





Vamos admitir.
Mesmo que não fossem músicas eruditas, mas existem pessoas que não tem a menor noção...
E eu nem comecei a falar dos que tocam "música" no celular...
Juntamente com o conto de hoje, vamos ao lançamento da comunidade "Stravinski Socadão!"

Assim, terminando a edição de hoje.
Com uma nova "comunidade quase protesto".
Em um próximo momento teremos mais loucuras de uma vida desocupada.
Até o próximo e emocionante episódio!






OBS: Nem venham com papinhos de "gosto não se discute"...
Certas coisas não são gostos, prefiro o termo "defeitos".


Bem Desocupado Soundtracks: Now Playing - Firebird Suite - Igor Stravinsky.
Trilha Alternativa: Now Playing -  I Just Don't Know About Girls - The Hellacopters.

22 comentários:

  1. Excelente conto! Quem dera se isto acontecesse na vida real e com alguma frequência!

    Parece que, de todos os carros com sons "ultra cósmicos", 99,999...% só tocam funk!

    O jeito é sonhar e transformar esses momentos de perturbação em delírios mais agradáveis!

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  2. Sua maneira de contar a estória me lembrou tanto os caras dos melhores do mundo! hahahaha
    Achei legal o conto satírico-divertido.

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  3. Era pra rir?
    Se não era, desculpe-me...
    Fantástico!!!

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  4. Cara, sobre o ocorrido do carro..
    Eu realmente não entendo pq a maioria dos brasileiros adoram esse tipo de ritmo que na verdade é uma poluição auditiva! Asses filhinhos de papai deveria parar de querer tentar achar que são os fodões e prestar mais atenção na vida! eu heim!

    E ótimo conto!
    www.thepiratex.com

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  5. Extremamente agradável ouvir qualquer coisa sem ser da nossa vontade né? E vai nessa mesma idéia, como você sempre diz, dar fones de ouvido para aqueles seres que ouvem música alta no ônibus. Parece que querem impressionar, pena que não impressionam pelo bom gosto né?

    Ah, escreve muito hein? Adoro sempre. Mas continuo dizendo que deveria escrever com mais frenquência.
    "e é por óbvio que as musas de minha cobiça se tomaram de calores do corpo e certezas por mim"... adorei esse jeito todo formal que você escreveu. hahaha. Falando assim você pega qualquer uma hein. hahaha.

    Beijos.
    Amo você.
    Tô com saudades.

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  6. Blog muito massa =D to seguindo segue o meu de volta por favor http://bigfunkmais5.blogspot.com Agradeço desde já *-*

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. O pior é depois de um conto desse vir alguém com um blog nomeado "BIG FUNK" e quase chantagear pra você seguir! kkkk
    Se não fosse trágico,seria até engraçado!

    Beeeeijo,
    escreve maiss!

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  9. eu prefiro ouvir no carro um rock...melhor que muitas coisas ai...um solo de guitarra não tem comentário....achei interessante seu ponto de vista,,,

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  10. Então...
    Dificilmente você vai ouvir alguém ouvindo com "um som bem socado" Chico Buarque, alguns estilos não precisam deste apelo, Chico Buarque é pura introspecção. Digo isto sem o falso juízo de valor, estilo e linguagem cada um tem o seu. Agora desrrespeitar as leis de trânsito com um som exagerado, indo pra "night", por mais que seja comum, é falta de respeito e deveria ser fiscalizado.
    Sorte no Blog!

    http://identidade-cultural.blogspot.com/

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  11. Vejo que Funk nunca foi um gosto,
    e sim uma desgraça!
    Banalizou-se o que antes era conhecido como musica,melodia,cançoes em geral...

    agora a esta geração, eu me mergunto: Onde foi parar a sensatez?
    o que houve com a humanidade, regrediu!?

    :*

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  12. Cara o que encomoda não é nem o Batidão... o Som auto e afins... O que realmente incomoda é o COnteudo, melhor, a falta de conteudo das letras, é uma banalização das mulheres, em alguns é apologia e fora a falta de informação nas musicas... Musica pra mim é Ritmo, Harmonia e Letra... Funk tem Ritmo, harmonia e não tem Letra... Só isso...

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  13. REtribuindo a visita no meu blog e vou seguir o seu blog, se quiser seguir o meu...
    adorei a critica, concordo plenamente e adorei também esta frase:

    OBS: Nem venham com papinhos de "gosto não se discute"...
    Certas coisas não são gostos, prefiro o termo "defeitos".

    Parabéns!!!

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  14. Ouvindo funk como se não houvesse amanhã: huahuahuahua
    O mais irritante não é o funk em si. É a dita classe média, brega até os culhões, não ouvir outro tipo de música, não evoluir "o ouvido", etc.
    As pessoas carentes até meio que não tem essa sensibilidade...

    abç
    Pobre Esponja

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  15. Certo,

    convenhamos que realmente preferências pessoas nem sempre são compreendidas por todos, mas também considero praticamente improvável, para não dizer impossível, um jovem rapaz com os hormônios em ebulição, conquistar uma bela jovem com os hormônios também pipocando, no seio do pecado nortuno, onde todos estão bebendo, dançando e flertando, com Stravinsky, Tchaikovski ou Beethoven "bombando" no carro... hehehe

    Abraços....

    T2.

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  16. CONTO:
    s. m.
    1. História fictícia.
    2. Embuste; mentira, peta; treta. (Mais usado no plural.)
    3. Incluir.
    4. Narrar, referir.

    Sacas?

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  17. Adorei o conto..
    E por falar em Funk no ultimo volume no carro de algum "bendito", digo que mesmo aqui fora do país, isso existe com frequência; por vezes apenas muda o género de música, que ao invés de Funk, e Sertanejo...rs

    Beijinhos

    ---
    www.jehjeh.com

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  18. Quinta à tarde, sem nada pra fazer e voltando do trabalho pra casa, tive a pachorra de aumentar o volume do som do meu carro até o 37 (relativamente alto, já que no normal ele não passaria dos seus 22). Aumentei mesmo! Só pra poder vir aqui e comentar qual é a sensação. A diferença foi que eu justamente pensando nesse post carregava no meu porta-luvas (esperando a coragem chegar, eu confesso) o CD de um jovem polonês de apenas 20 anos, tuberculoso e muito tímido, que resolvera trocar a provinciana Varsóvia pelas luzes da sofisticada Paris.
    "Tirem seus chapéus, senhores; ele é um gênio": Frederic Franciszek Chopin!
    Agora posso dizer que sei o que os "ouvidores de funk como se não houvesse o amanhã nos trens da importadora de cabeças achatadas, São Paulo" sentem.
    Querem na verdade difundir sua cultura, seu gosto, independente se ele é bom ou ruim. Dá até pra sentir um certo prazer quando alguém olha e não diz nada. Você pode fantasiar, imaginar o que a pessoa acabou de pensar. Traçar seu caráter, coisa e tal. E isso é recíproco.
    O volume alto é uma forma de expressar explicitamente que você NÃO é nada daquilo. É o grito sufocante do verdadeiro eu. A forma menos poética de se associar a uma tribo, um clã.
    Enfim, siceramente é desnecessário, mas até que foi bem divertido ver a reação das pessoas, em pleno horário de pico de uma quinta-feira na Cruzeiro do Sul, olhando algo que nunca haviam visto, Schoppan e Chopim, juntos, no mesmo carro! hahahha...isso foooi!!

    Beijo rapaz!

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